sábado, 27 de setembro de 2014

"As Políticas Públicas e os Incentivos para a Diversidade em Empresas”

Conferência Ethos 360º: "As Políticas Públicas e os Incentivos para a Diversidade em Empresas”
Reinaldo Bulgarelli, 27 de setembro de 2014
Conferência Ethos 360o - Fui mediador, no último dia 24 de setembro, da mesa "As Políticas Públicas e os Incentivos para a Diversidade em Empresas". Falamos de inovação, conexão com a realidade onde a empresa opera negócios, falta de sensibilidade dos indicadores para com o tema da diversidade na eleição de boas práticas empresariais e a enorme dificuldade das empresas de lidar com a questão do negro e a promoção da equidade de gênero e raça.
Foi consenso que a adoção de ações afirmativas, incluindo as cotas, são importantes para transformar a realidade atual de profunda desigualdade, sobretudo na questão do negro e da mulher negra.
Foram apresentadas sugestões para melhoria da legislação de cotas para inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, como a priorização das pessoas com deficiência visual, por exemplo, que enfrentam maiores barreiras para essa inclusão por motivos que não se explicam a não ser pelo preconceito.
Reforcei a importância das empresas participarem do Grupo de Trabalho de Direitos Humanos e outras iniciativas do Instituto Ethos, como forma de capacitação no tema, engajamento e interação em torno de desafios que precisam ser enfrentados conjuntamente para melhorar o desempenho das empresas na área.
Além de mediador, estava ali também para falar do tema LGBT. Citei o Fórum de Empresas e Direitos LGBT, fundado pela Txai Consultoria e Educação, bem como a criação de 10 Compromissos da Empresas com os Direitos LGBT, como exemplo de que as empresas podem atuar conjuntamente em temas desafiadores, mas com uma agenda de trabalho bem definida e que permita monitoramento da situação atual e dos avanços buscados.
Na plateia estavam sobretudo os profissionais que estão trabalhando o tema da valorização da diversidade nas empresas, lideranças empresariais, do governo e do movimento social, demonstrando que a Conferência Ethos 360o cumpria com seu objetivo de olhar os temas de maneira ampla.
Foi muito positiva e produtiva nossa discussão que contou com Maria Aparecida Bento (CEERT), José Vicente (Faculdade Zumbi dos Palmares), Guilherme Bara (BASF) e que teve no centro da roda Tatau Godinho (Secretária de Políticas do Trabalho e Autonomia Econômica das Mulheres da Presidência da República).
Link para a cobertura do evento: http://www3.ethos.org.br/ce2014/noticias/o-que-falta-para-diversidade-chegar-empresas/

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Eleições e direitos LGBT

Eleições e direitos LGBT
Reinaldo Bulgarelli
02 de setembro de 2014

As críticas aos candidatos à presidência que estão sendo feitas pelo movimento LGBT dizem respeito à defesa de seus direitos.

A vida do país é muito mais, mas você imagina um judeu votando no partido nazista porque o candidato propõe coisas boas para a economia ou defende os animais?

A gente acaba até votando num dos candidatos, mas não obrigue a comunidade a se calar diante de insultos ou omissões.

O país é muito mais do que uma minoria, mas o jeito do candidato lidar com as minorias diz muito sobre ele e sobre como pensa o país. Quando um/a candidato/a à presidência do país rejeita avanços nos direitos LGBT, pode olhar em volta porque há mais coisas que estará rejeitando. Sinaliza reforço à violência, parceria com o que há hoje de mais retrógrado em vários campos da vida em sociedade.

Hoje são os direitos LGBT que estão servindo de referência para demonstrar o compromisso efetivo destes candidatos com a liberdade, com a democracia, com a capacidade de lidar com a pluralidade com a qual devemos aprender a conviver mais e mais no mundo moderno.

Já tivemos outros temas em debate que significaram a visão de mundo das pessoas, como a questão da escravidão e do voto feminino, por exemplo. A história os julgou conforme caminhou na direção contrária. Há outros temas que amanhã poderão ganhar esse papel de representar algo mais do que apenas o direito de uma chamada minoria.

É bom prestar atenção no que hoje significa negar direitos ao segmento LGBT.

Se não bastasse, resta perguntar às pessoas se elas preferem prosperidade econômica ou a liberdade, respeito e dignidade. Vão responder, como estão respondendo, que querem tudo isso junto e muito mais. Quem não sabe combinar igualdade com liberdade, boa coisa não faz e não irá fazer.

Haverá um mundo melhor que não é respeitoso para com a diversidade humana? Então, está bem longe de ser um mundo melhor.