quinta-feira, 24 de junho de 2010

Princípios de Empoderamento das Mulheres UNIFEM e Global Compact

O UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) e o Pacto Global lançaram em março uma iniciativa mundial visando a mobilização do mundo empresarial em torno dos direitos humanos das mulheres. Trata-se dos Princípios de Empoderamento das Mulheres.
Hoje temos 39 corporações que aderiram aos Princípios, das quais 11 são brasileiras.

São elas: Açovisa Indústria e Comércio de Aços Especiais Ltda, CINQ Tecnologia, Copel – Companhia Paranaense de Energia, Fersol Indústria e Comércio SA, INCCATI Sistemas Ltda, Itaipu Binacional, Microlife Informática de Franca Ltda, Natusfran, New Space Processamento e Sistemas Ltda, Petrobras e Rodovalho Advogados.

O CEOS assinaram e divulgaram neste mês a Declaração de Apoio dos CEOs aos “Princípios de Empoderamento das Mulheres – Igualdade Significa Negócios”, conclamando a adesão do setor empresarial à iniciativa das Nações Unidas.

É mais um instrumento para o meio empresarial e a sociedade civil atuarem efetivamente para melhorar a condição das mulheres não apenas no mercado de trabalho, mas na sociedade em geral, uma vez que as empresas aderem à ideia de que igualdade significa negócios.

Defendo, na abordagem do tema relações de gênero, que mais 60 milhões de mulheres entrando no mercado de trabalho nos últimos 40 anos significa também uma revolução cultural também para os homens e na forma como as empresas deveriam enxergar esse segmento entre seus consumidores, fornecedores, na comunidade, no governo, enfim, algo ainda distante da realidade. Muitas empresas ainda alimentam o machismo e entendem que discussão de gênero passa apenas pela questão de promover as mulheres a postos mais altos.

Contudo, continuam masculinas, masculinizadas e masculinizantes se não trabalharem aspectos culturais essenciais para a qualidade das relações entre homens e mulheres no ambiente de trabalho. O que as empresas fazem, por exemplo, para mininizar as resistências que os companheiros oferecem às mulheres quando são transferidas de cidade? Os homens enfrentam a mesma resistência familiar?  As empresas não têm nada a ver com a vida particular dos seus colaboradores? É mera coincidência o número de homens disponíveis às posições mais altas e às transferências?

Conheça os Princípios e incentive que sua organização empresarial também faça adesão a eles: Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher

Morre brutalmente assassinado um adolescente de 14 anos por crime de ódio a homossexuais.


A valorização da diversidade nas empresas, numa sociedade tão dividida, produz impactos positivos não apenas na gestão dos negócios, mas em toda a comunidade. Gestores estão atentos ao fato de que há entre seus funcionários membros de gangues ou de grupos violentos contra negros, nordestinos, gays, prostitutas, entre outros?
O assassinato deste jovem de 14 anos faz pensar sobre ações no cotidiano da gestão empresarial que poderiam trabalhar melhor a qualidade das relações, princípios e valores da organização. É correto permitir que um funcionário expresse livremente seu ódio a homossexuais? Eu lido com isso com frequência e fico espantando com a conivência das empresas em relação a seus colaboradores racistas, machistas, homofóbicos...

Porque essa tolerância com discursos de ódio, que podem, afinal, expressar práticas de ódio dentro da própria empresa ou na comunidade? Essa tolerância não pode ter como desculpa o respeito à diversidade de pensamentos, já que há princípios organizacionais, em geral, muito claros, convivendo com princípios legais e uma normativa internacional de direitos humanos em relação aos quais as empresas assumem compromissos públicos para poder operar.

Políticas de valorização da diversidade ajudam, mas gestores têm uma responsabilidade importante ao identificar dificuldades de seus subordinados neste tema. Práticas de formação, discussões aprofundadas sobre o valor da diversidade e os riscos de práticas de discriminação negativa, favorecem a ampliação da consciência, mas também deixam evidentes os limites colocados pela empresa, o que é aceitável e o que é inaceitável.

Há empresas que dizem que esse tipo de violência sofrida pelo jovem de apenas 14 anos é mais um dos problemas que a sociedade deve resolver. Sociedade? E a organização não faz parte dela? Há outras que afirmam, por meio de seus líderes, que trata-se de uma questão cultural, como se nada pudesse ser feito para transformá-la numa cultura de apreço, valorização e promoção da diversidade. Pequenos gestos podem produzir efeitos muito positivos na cultura interna e na cultura da sociedade.

O mesmo colaborador que expressa ódio aos homossexuais pode ser aquele que coloca a empresa em risco em relação a práticas anti-éticas, corruptas, de boicote à qualidade das relações com clientes, fornecedores, comunidades, imprensa, sindicatos, acionistas e governos, entre outros stakeholders.

Os assassinos de adolescentes homossexuais podem estar trabalhando dentro de sua imensa e poderosa organização, com um marca internacionalmente conhecida. Que direito os gestores omissos têm de colocar o trabalho sério de tanta gente em situação de risco? Que direito têm de se calar e nada fazerem quando alguém demonstra que seu ódio no discurso pode expressar crimes de ódio na comunidade? Onde quer que você esteja, seja qual for sua atividade e ou nível de poder, aja, faça algo para ajudar o mundo a ser mais inclusivo, respeitoso e promotor da pluralidade.

Direitos Fundamentais LGBT: Morre brutalmente assassinado uma criança de 14 anos de idade, motivado pelo ÓDIO aos HOMOSSEXUAIS!

domingo, 20 de junho de 2010

Folha de S.Paulo - A ditadura do crime de ódio

O deputado Carlos Giannazi, do PSOL, respondeu hoje na Folha ao artigo publicado pelo vereador Carlos Apolinário no mesmo jornal. Aos que ainda tentam disfarçar atentados aos direitos humanos com argumentos "democráticos", Giannazi responde de maneira muito didática e com foco na valorização da diversidade.

"A ditadura do crime de ódio

Os homossexuais é que são privados desse direito à liberdade de expressão e, não raramente, chegam a ser mortos por exercê-lo

No Brasil, uma pessoa de orientação homoafetiva é assassinada a cada três dias, tornando o país um dos mais homofóbicos do mundo, com a tenebrosa estatística anual de 198 mortes violentas nessa área.

Enquanto isso,o vereador paulistano Carlos Apolinario, que parece viver ainda na Idade Média, brinca com coisa séria folclorizando e reforçando, em seus posicionamentos, os crimes de ódio contra seres humanos -sujeitos de direitos fundamentais-, que ousam manifestar publicamente a sua orientação sexual "diferente".

Em artigo publicado neste espaço, no dia 7 de junho, intitulado "A ditadura gay", ele tenta vender a ideia de que algumas ações do poder público e leis que visam combater o preconceito, a discriminação, a intolerância e a violência da qual essa população é vítima não passam de exclusividade e privilégio patrocinados com o erário público.

Como exemplo, ele cita a autorização dada pelo Ministério Público e pela Prefeitura de São Paulo para que a Parada do Orgulho Gay seja realizada na avenida Paulista e o convênio do município com a ONG Casarão Brasil, que faz um importante trabalho em defesa da vida, da saúde e da inclusão de centenas de pessoas.

Numa sociedade heterossexista, na qual a preferência pelo sexo oposto é a norma, qualquer outra orientação sexual é considerada doença patológica, desvio de comportamento/caráter, crime ou pecado, trazendo como consequência a humilhação, a ofensa e a perseguição tanto física (e muitas vezes letal) como psicológica.

Assim como o racismo é crime inafiançável e imprescritível pela Constituição e a violência contra a mulher é criminalizada pela Lei Maria da Penha, temos a luta pela criminalização da homofobia presente no projeto de lei 122, em trâmite no Congresso Nacional.

Apolinario, no seu texto, afirma que a criminalização da homofobia coloca em xeque o direito de liberdade de expressão, quando, na verdade, os homossexuais é que são privados desse direito e, não raramente, mortos por exercê-lo.

O que está em jogo é o direito à cidadania, que só pode ser construída através de políticas de Estado. Ao apresentar projeto de lei criando o Dia do Heterossexual, o vereador só confirma sua militância irônica, se valendo de caricaturas e estereótipos de não héteros. É bom lembrar que a OMS (Organização Mundial da Saúde) retirou a homossexualidade de sua lista de doenças mentais em janeiro de 1993, o que foi um enorme avanço, mas ainda insuficiente, para barrar o preconceito.

O mesmo já fizeram os Conselhos Federal de Medicina e de Psicologia. Por isso, defendemos a punição de pessoas físicas ou jurídicas que violem os direitos de quem tem orientação sexual homossexual ou identidade de gênero diferente.

No limiar desse novo marco civilizatório, em breve não precisaremos mais de leis específicas que protejam idosos, crianças, homossexuais, negros e mulheres, pois o respeito à diversidade e às diferenças já estará incorporado à cultura e à visão tanto do novo homem quanto da nova mulher.

CARLOS GIANNAZI é deputado estadual pelo PSOL na Assembleia Legislativa de São Paulo."

MPT-RS lança campanha pela igualdade da mulher negra no mercado de trabalho :: Notícias JusBrasil

O site JusBrasil é um portal de notícias da justiça brasileira e muito acessado por aqueles que trabalham na área do direito. Ele trouxe a notícia abaixo, que foi também publicada no Portal do Geledés, boletim de 20 de junho de 2010.

Chama a atenção o fato da iniciativa ser do Rio Grande do Sul, tido como machista e racista, mas com amplas demonstrações de avanços na luta dos movimentos sociais e da justiça local quando o assunto é valorização da diversidade.

Veja a notícia: "MPT-RS lança campanha pela igualdade da mulher negra no mercado de trabalho

Porto Alegre (RS), 16/06/2010 - O Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Sul (MPT-RS) está lançando uma campanha pela igualdade da mulher negra no mercado de trabalho.

Dois modelos de outdoors estão sendo expostos em locais de grande visibilidade, em Porto Alegre e na região - Metropolitana. Conforme a procuradora do Trabalho Márcia Medeiros de Farias, do Núcleo de Proteção à Dignidade do Trabalhor (Coordigualdade), 'você pode não perceber, mas o preconceito contra as mulheres negras está mais presente em nossa vida do que você imagina'.

Mulheres negras ganham 45% menos do que mulheres brancas e 66% menos do que homens brancos. No Brasil, quatro entre dez mulheres negras não têm emprego e apenas 0,3% dos cargos de gerência são exercidos por elas.

Os dados são da Maria Mulher - Organização de Mulheres Negras. As informações são o mote das peças publicitárias, que incluem anúncios de jornal, criadas pela agência e21, com apoio da STV." - MPT-RS lança campanha pela igualdade da mulher negra no mercado de trabalho :: Notícias JusBrasil

Machismo mata!

O Portal do Geledés escolheu a foto deste homem sarado para falar sobre como os homens vivem menos porque cuidam pouco da saúde.

Em artigo da Dra. Jocelem Salgado, autora dos livros: 'Faça do Alimento o seu Medicamento'; 'Pharmacia de Alimentos'; 'Alimentos Inteligentes' e 'Guia dos Funcionais' (publicado em 2009), fica cada vez mais evidente que o machismo mata de muitas maneiras, incluindo os homens como suas vítimas.

Eu tenho tratado as questões de gênero em aulas ou palestras demonstrando também o impacto do machismo na vida dos homens. São muitos os impactos negativos, mas podemos dizer que a saúde é uma dessas áreas onde a situação fica escandalosa.

Veja a materia no Portal do Geledés e, se você é homem e heterossexual, preste atenção em como é importante rever seus conceitos, seus medos, seus preconceitos... Saúde : Homens não se cuidam, têm mais problemas e vivem menos - Geledés Instituto da Mulher Negra

sábado, 19 de junho de 2010

Palas Athena

Dia 15 de julho estou no Palas Athena conversando sobre diversidade. Segue link para a programa completa e a proposta da minha apresentação.

Tema: A diversidade que nos caracteriza e nos desafia, com Reinaldo Bulgarelli.

Valorizar a diversidade hoje representa a reinvenção da qualidade das relações, ouvir muitas vozes para entender qual é o problema, qual a solução, aonde queremos chegar. Nossos marcadores identitários não podem ser cativeiros, mas plataformas que ampliem as possibilidades de diálogo nesta busca por um mundo sustentável. Como realizar uma gestão da diversidade que considere nossas características e não desapareça com elas? Palas Athena

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Diversidade humana e biodiversidade - Revista Página 22

Você saiba que os ambientes mais biodiversos do mundo têm também a maior diversidade linguística?

A Revista Página 22 de junho traz um artigo muito interessante e demonstra o esforço da revista por trazer às discussões e práticas de desenvolvimento sustentável a dimensão humana. Tarefa difícil porque parece que estamos falando apenas de meio ambiente. Uma confusão terrível para o desenvolvimento sustentável porque separa o que está unido no mesmo planetinha azul chamado Terra.

Vejam trechos do artigos: "Assim como as espécies, variantes culturais desaparecem da face da Terra num ritmo acelerado e irreversível. As línguas, expressão máxima do conhecimento e dos valores de uma determinada cultura, extinguem-se na velocidade de uma a cada duas semanas, segundo o projeto Enduring Voices, da revista National Geographic. A projeção é de que, até o final do século, metade das 7 mil línguas faladas hoje terá desaparecido (leia mais em “Letra Morta”, texto da coluna de Regina Scharf, à edição 39).

Dá até para especular que o declínio dos recursos naturais tenha algo a ver com isso. Um relatório produzido pela Unesco, em 2002, aponta que os ambientes mais biodiversos do mundo têm também a maior diversidade linguística. Simples assim: quanto mais elementos disponíveis no ambiente, mais os humanos geram palavras para denominá-los. Isso não se restringe às populações tradicionais. Basta lembrar-se do repertório da gastronomia, ou mesmo dos fitoterápicos, comum a todos nós: dendê, tucupi, pequi, camomila, boldo, erva-cidreira… Por aí vai a alquimia de ingredientes que compõem a diversidade biológica e cultural brasileira.

(...)“A preservação e o uso duráveis da diversidade biológica reforçarão as relações amigáveis entre os Estados e contribuirão com a paz da humanidade” – Convenção sobre a Diversidade Biológica, 1992, assinada por 156 países

“O respeito à diversidade das culturas, à tolerância, ao diálogo e à cooperação, em um clima de confiança e entendimento mútuos, está entre as melhores garantias da paz e da segurança internacionais” – Convenção sobre a Diversidade Cultural, 2005, assinada por 148 países"

Artigo e revista inteira no link: Espelho meu « Página 22

terça-feira, 15 de junho de 2010

MEU AMIGO CLAUDIA

Assisti este fim de semana o DVD que Claudia Wonder me deixou na sexta-feira. "Meu Amigo Claudia" é um documentário sobre a Claudia e também sobre o nosso país.

Ela é daquelas pessoas cuja biografia se confunde com a história. Lá estava fazendo passeata na frente do INCOR bem no dia em que Tancredo morria. Madame Satã, programas de TV, a chegada da AIDS ao Brasil, o amigo poeta Caio Fernando Abreu que lhe escreveu a crônica no Estadão e que virou o nome do filme.

O universo LGBT e, sobretudo, dos travestis, oferece um ponto de vista que mesmo homossexuais militantes nem sempre conhecem ou consideram. Vi minha própria história recontada e com elementos novos que eu não tinha percebido, mesmo frequentando os lugares citados, vivendo no mesmo país, passando por situações que lá estão. Esta é a beleza da diversidade com seus muitos pontos de vista sobre um mesmo tempo e lugar.

Em outros momentos, revivi os intensos anos 80, aquela fase criativa em que a transgressão era uma forma de nos reinventarmos e ajudar o mundo a ampliar horizontes. Acho que conseguimos. O filme vai trazendo cenas da história de Claudia e do nosso mundo, nossos medos, conquistas, retrocessos, descobertas. Tudo tão perto e tão longe ao mesmo tempo. Mas o filme não pára nos anos 80 e nem poderia. Claudia não foi, é, vive intensamente sua história e faz história hoje de olho no amanhã melhor.

Agora a luta é por colocar o filme no circuito comercial. Já ganhou prêmios, já foi elogiado de muitas maneiras e precisa ser conhecido por todos. É uma contribuição sem igual para a valorização da diversidade. Sonho e, mais que isso, trabalho para que as empresas tenham orgulho de aliar suas marcas com um filme como este, que muito nos ensina sobre a diversidade humana, respeito, superação, arte, cultura, direitos humanos, história do nosso país e do mundo pela ótica de uma artista sem igual.

O filme há de entrar em cartaz nos cinemas para que mais gente possa ter essa sensação boa de ver sua própria história contada de um lugar, para muitos, desconhecido. Como sempre nos lembra o filósofo Mario Sérgio Cortella: todo ponto de vista e a vista de um ponto. Foi o que mais curti no "Meu Amigo Claudia".

Conheça o blog da Claudia sobre o filme. MEU AMIGO CLAUDIA

quarta-feira, 9 de junho de 2010

17 de Maio - Dia Nacional de Combate à Homofobia - PL 7052/06

Presidente Lula decreta dia 17 de maio como Dia Nacional de Combate à Homofobia. O ato ocorreu na véspera da 14a. Parada LGBT de São Paulo, de acordo com a ABGLT.

A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais é quem reivindicou a data ao Presidente da República. Segundo Toni Reis, presidente da ABGLT, "o Decreto é o reconhecimento governamental de que há homofobia no Brasil e que é preciso ter ações concretas para diminuir ou acabar com o preconceito, a discriminação e o estigma contra a comunidade LGBT. Esperamos que o exemplo do Brasil seja seguido pelos 75 país que criminalizam a homossexualidade e pelos 7 países em que há pena de morte para os homossexuais”, disse.

Dia 17 de maio, portanto, uma ótima oportunidade para trabalhar o tema nas organizações. Não há valorização da diversidade sem respeito a todos.

Veja o Decreto publicado no Diário Oficial da União no dia 07/06, Seção 1, página 5 por meio do link com a página da ABGLT, onde há também uma coletânea de leis municipais e estaduais. - PL 7052/06

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Atores e executivos homossexuais: sair ou não do armário?

A Parado do Orgulho LGBT 2010 será neste domingo e o assunto do momento é este mesmo: orgulho LGBT.

Em entrevista para Monica Bergamo, na Folha do dia 26 de maio, Silvio de Abreu apresentou suas ideias sobre atores, homens ou mulheres, que se assumem homossexuais:

"Um ator que se assumisse homossexual teria dificuldade?

Se o ator, digamos assim, vive de fazer tipo, não tem problema. Ele vai poder fazer o tio, o pai, o aleijado, o bobo. Mas se ele vai ser o sonho de amor das telespectadoras, ou a moça que vai ser o sonho de amor do telespectador e ela diz: "Eu sou lésbica", ninguém vai gostar. Ninguém mais vai sonhar com ela.

Mesmo um bom ator?

Se ficarem falando por trás, não tem importância. Se ele falar abertamente, vai prejudicar. Daí você vai me dizer: "O público gay vai gostar". Mas o público gay é 10%. A mulher é 40%, ou sei lá quanto, mais ou menos isso. Ator que fizer isso é bobo."

Segue abaixo um trecho da carta para Silvio de Abreu, enviada por Toni Rei, 46 anos, especialista em sexualidade humana, mestre de filosofia, doutorando em educação e presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - ABGLT.

"Você sabia, Sílvio, que muitos gays famosos (atores, políticos, religiosos, jogadores...) acabam sendo mortos por se exporem, muitas vezes levando pessoas estranhas para suas casas às escondidas, por não poderem ser o que realmente são? Ficar no armário causa baixa autoestima e aumenta a vulnerabilidade. Muitos atores e personalidades de Hollywood e até da televisão e do cinema brasileiros morreram de aids como consequência disso. Ficar no armário não faz bem para ninguém.

O primeiro vereador gay assumido eleito, Harvey Milk, cuja história foi retratada o filme A Voz da Igualdade, disse: 'Se você não é livre para ser você mesmo na coisa mais linda da vida, que é a expressão do amor –, então a vida, em si mesma, perde seu sentido.' Será que ele era bobo, ou defeituoso?

Sílvio, o armário não é lugar para as pessoas. É escuro, alguns tem mofo e outros até traças. Não faz bem para a saúde mental.

Talvez seu raciocínio seja de que o ator não seja prejudicado. Sabia que esse raciocínio me incomoda, o raciocínio do 'vamos deixar tudo como está e não vamos tentar mudar'. Já pensou se não tivéssemos mudado a regra que pessoas negras não podiam se casar com pessoas brancas. Não faz tanto tempo que atores negros e atrizes negras só tinham papéis de motoristas ou domésticas, porque prevalecia o raciocínio de que se o(a) negro(a) fosse protagonista, a novela não teria sucesso."

É um tema que também está presente na vida de muitos profissionais, executivos ou executivas. Sair ou não do armário? É apenas "uma questão pessoal" ou algo da vida particular e ninguém tem nada a ver com isso? Concordo com Toni e acredito que os homossexuais assumidos, além de protegerem seus direitos, estão ajudando a educar a sociedade na convivência com a diversidade sexual.

Um dos valores mais presentes na identidade das empresas é integridade. Armários e integridade não combinam. Ser você mesmo é a melhor forma de ajudar o mundo a ser mais tolerante, incluindo você mesmo, que pode aprender muitas coisas novas na interação do que dentro de um armário mofado, como disse o Toni.

Aproveitando o clima da Parada em São Paulo, dia 06 de junho, vamos exercitar nossa cidadania a partir da "dor e alegria de ser o que é". Cobrar transparência do mundo é fácil. Duro é exercitar a transparência e arcar com as consequências, as possibilidades e os desafios de assumir-se íntegro no nosso tempo e lugar.

Foto: Toni Reis e David Harrad, no blog da Parada 2009 de Fortaleza - 10ª Parada da Diversidade Sexual de Fortaleza.

Câmara de Comércio GLS

A Câmara de Comércio GLS do Brasil está funcionando a pleno vapor.

Visite o site da Câmara e também do Casarão Brasil, ong que deu lhe origem.

Já é possível realizar a associação de sua empresa à Câmara por meio de conta bancária aberta na Caixa Econômica Federal.

O site apresenta  a proposta e as atividades previstas no Estatuto da Câmara. Todo começo é difícil, mas é evidente que a Câmara será notada em breve e os benefícios oferecidos serão um grande atrativo para a articulação das empresas em torno da causa LGBT no país e suas oportunidades de negócio.

Câmara de Comércio GLS

Entrevista para Revista Vivendo - Sustentabilidade: aspectos sociais

A revista Vivendo, da UNIMED de Amparo, está com matérias sobre sustentabilidade com base nos pilares econômico, ambiental e social.

No número de abril/maio/junho (ver link abaixo) eu falei sobre o aspecto social e dei ênfase à qualidade das relações em todos os níveis, sem deixar de falar de diversidade. - ttp://www.unimedamparo.com.br/

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Instituto Ethos - Notícias - O importante é a diversidade de ideias?

O Instituto Ethos publicou hoje meu artigo "O importante é a diversidade de ideis?", publicado originalmente no Portal do Geledés.

Voltado ao meio empresarial e comprometido com práticas socialmente responsáveis, o boletim do Instituto Ethos é um dos veículos mais importantes para tratar hoje de empresas e desenvolvimento sustentável.

Segue link para site do Ethos com boletim e o artigo.

Instituto Ethos - Notícias - O importante é a diversidade de ideias?