Perguntas e respostas
04 de junho
de 2006
"Acabemos de uma vez com a
única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.
Não pretendamos que as coisas mudem se sempre fazemos o mesmo."
Albert Einstein
“Quando a gente acha que tem
todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas...”
Luis Fernando Veríssimo
Estamos cercados de respostas por
todos os lados. Queremos respostas e elas estão diante de nós em todos os
lugares, em cada nascer do sol, cada flor que se abre, cada bicho que nasce,
cada criança, adulto ou idoso em seus cotidianos variados.
O que não temos são as perguntas
no tempo certo para dar conta de tantas respostas. Muitas perguntas são
formuladas muito tempo depois que as respostas foram dadas. E ainda tem gente
que se dedica a buscar respostas e não a formular perguntas. Ainda tem gente
achando que o mais importante e concreto são as respostas importantes e
concretas para aquelas mesmas questões que estão formulando há séculos.
Mudem as perguntas, façam outras,
invertam a ordem, busquem ressignificar as coisas e seus nomes que talvez a
gente encontre mais rápido soluções novas para os desafios que a cada dia vamos
inventando e sofisticando. Tudo é muito complexo para ficarmos repetindo
perguntas ou para nos darmos ao luxo de não formulá-las.
Saramago nos diz isso em sua
frase genial: “Tudo no mundo está dando respostas, o que demora é o tempo das perguntas”.
O tempo das perguntas é por
demais demorado quando queremos, como Einstein nos ensinou, resolver novos
desafios com antigas soluções. “O mundo
não vai superar a crise usando o mesmo pensamento que a criou.”
Nossas
organizações em geral, sejam elas empresas ou escolas, ONGs, sindicatos e governos,
precisam urgentemente repensar a forma como produzem perguntas e aí a diversidade
tem um papel fundamental. Com cabeças que pensam e perguntam diferente,
enxergamos respostas que antes eram invisíveis. Quanto mais tornamos invisíveis
algumas pessoas por serem diferentes do padrão dominante que criamos, mais
invisíveis ficam as soluções que precisamos dar no momento atual do mundo.
Marcel Proust, para quem o olhar era tudo, disse que "A verdadeira
viagem do descobrimento não consiste em procurar novas paisagens, mas em ver
com novos olhos".
Ou seja, tudo indica que a diversidade pode nos ajudar a pensar de outra
forma, a formular novas perguntas e a ver as paisagens com outros olhos.
Inserir
diversidade na tomada de decisões é exatamente acolher novos pensamentos,
perguntas e olhares na busca de soluções e resultados efetivos para nossos
desafios.
Faça
outra pergunta para o mesmo problema e envolva mais gente nesta tarefa. Quem sabe
a resposta não estará diante de você? Boa sorte!
*Revisto em 27 de julho de 2014.