quinta-feira, 24 de junho de 2010

Morre brutalmente assassinado um adolescente de 14 anos por crime de ódio a homossexuais.


A valorização da diversidade nas empresas, numa sociedade tão dividida, produz impactos positivos não apenas na gestão dos negócios, mas em toda a comunidade. Gestores estão atentos ao fato de que há entre seus funcionários membros de gangues ou de grupos violentos contra negros, nordestinos, gays, prostitutas, entre outros?
O assassinato deste jovem de 14 anos faz pensar sobre ações no cotidiano da gestão empresarial que poderiam trabalhar melhor a qualidade das relações, princípios e valores da organização. É correto permitir que um funcionário expresse livremente seu ódio a homossexuais? Eu lido com isso com frequência e fico espantando com a conivência das empresas em relação a seus colaboradores racistas, machistas, homofóbicos...

Porque essa tolerância com discursos de ódio, que podem, afinal, expressar práticas de ódio dentro da própria empresa ou na comunidade? Essa tolerância não pode ter como desculpa o respeito à diversidade de pensamentos, já que há princípios organizacionais, em geral, muito claros, convivendo com princípios legais e uma normativa internacional de direitos humanos em relação aos quais as empresas assumem compromissos públicos para poder operar.

Políticas de valorização da diversidade ajudam, mas gestores têm uma responsabilidade importante ao identificar dificuldades de seus subordinados neste tema. Práticas de formação, discussões aprofundadas sobre o valor da diversidade e os riscos de práticas de discriminação negativa, favorecem a ampliação da consciência, mas também deixam evidentes os limites colocados pela empresa, o que é aceitável e o que é inaceitável.

Há empresas que dizem que esse tipo de violência sofrida pelo jovem de apenas 14 anos é mais um dos problemas que a sociedade deve resolver. Sociedade? E a organização não faz parte dela? Há outras que afirmam, por meio de seus líderes, que trata-se de uma questão cultural, como se nada pudesse ser feito para transformá-la numa cultura de apreço, valorização e promoção da diversidade. Pequenos gestos podem produzir efeitos muito positivos na cultura interna e na cultura da sociedade.

O mesmo colaborador que expressa ódio aos homossexuais pode ser aquele que coloca a empresa em risco em relação a práticas anti-éticas, corruptas, de boicote à qualidade das relações com clientes, fornecedores, comunidades, imprensa, sindicatos, acionistas e governos, entre outros stakeholders.

Os assassinos de adolescentes homossexuais podem estar trabalhando dentro de sua imensa e poderosa organização, com um marca internacionalmente conhecida. Que direito os gestores omissos têm de colocar o trabalho sério de tanta gente em situação de risco? Que direito têm de se calar e nada fazerem quando alguém demonstra que seu ódio no discurso pode expressar crimes de ódio na comunidade? Onde quer que você esteja, seja qual for sua atividade e ou nível de poder, aja, faça algo para ajudar o mundo a ser mais inclusivo, respeitoso e promotor da pluralidade.

Direitos Fundamentais LGBT: Morre brutalmente assassinado uma criança de 14 anos de idade, motivado pelo ÓDIO aos HOMOSSEXUAIS!