No Portal do Geledés há várias notícias sobre esse caso vergonhoso de agressão ocorrida contra uma estudante negra na Universidade Federal da Paraíba. Aconteceu lá, mas acontece também em outros lugares. Paraibanos revoltados com a repercussão do fato não precisam sofrer sozinhos, infelizmente.
Como brasileiro, peço desculpas por essa vergonhosa agressão contra a moça da Guiné Bissau, que está no Brasil por conta de um acordo de cooperação. Que cooperação!
Houve um assédio de um vendedor de cartões de crédito no campus da Universidade. A estudante não gostou, exigiu respeito e foi agredida a ponto de ser hospitalizada. Vendedor de cartão de crédito na UFPB? De qual empresa será? Não terá recebido na Universidade ou da sua empresa alguma orientação sobre comportamentos esperados nesta sua atividade?
Não bastasse o fato ser vergonhoso, a fala das autoridades (a delegada) e mesmo do coordenador da Ação Comunitária da UFPB, entrevistado por TV local, são ainda mais vergonhosas. A delegada liberou o agressor e defende (?) que não houve violência, que não é racismo etc e tal. O coordenador da UFBP diz que "a Universidade está lá para educar e não para fazer a parte repressiva". O que será que ele quis dizer com isso?
Foi erro da TV e sua edição, confundindo as matérias, evidentemente. Não houve racismo porque a moça é um ser humano. Não há negros ou brancos, não é assim que defendem os neo-racistas? E não houve agressão passível de prisão porque, afinal, alguns seres humanos, mais que outros, devem se submeter passivamente a humilhações e assédios. Se reagirem, é natural que alguns seres humanos, mais que outros, devem apanhar a ponto de ir pro hospital... Ando muito irônico ultimamente, me desculpem, mas é que é duro enfrentar tanto cinismo com a paciência histórica que eu mesmo defendo.
Vejam o caso no site da TV Parabaíba 1 - http://www.paraiba1.com.br/Noticia/42342_AMIGOS+DA+ESTUDANTE+AGREDIDA+NA+UFPB+PEDEM+FIM+DA+VIOLENCIA.html
Vejam também no Portal do Geledés. Procurador pede para substituir delegada que negou racismo na UFPB - Geledés Instituto da Mulher Negra