O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu nesta quarta-feira (28), em Brasília (DF), o secretário-geral da Câmara de Comércio Internacional Gay e Lésbica (IGLCC), Pascal Lépine (foto). O executivo viaja pela América do Sul para estudar a viabilidade de implantação de uma filial na região. A entidade, sediada no Canadá, defende o comércio da comunidade LGBT e no desenvolvimento sócio-econômico da comunidade em todo o mundo.
Após se encontrar com o presidente Lula, o secretário-geral da IGLCC foi recebido em audiência pelo ministro em exercício da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Rogério Sottili. “Estamos muito felizes em recebê-lo e agradecemos pelo trabalho realizado pela Câmara”, disse.
Em seguida, Lépine foi recebido em audiência pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, que ressaltou os avanços do Brasil na área LGBT e se colocou à disposição para ajudar IGLCC no que for preciso.
Entre as atividades da IGLCC está a divulgação de um índice que mede o desempenho das empresas multinacionais em relação à diversidade e inclusão nos países onde eles têm escritórios, especificamente em relação às comunidades de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT). Ele serve como um indicador da direção tomada pela diversidade nas corporações globais e nas comunidades locais em que eles servem. Este ano, as cinco principais empresas mais LGBT-friendly (amigável) do mundo são: IBM, Google, BT Group, Morgan Stanley e Cisco Systems.
Histórico – Rogério Sottili recebeu no ano passado, em nome do presidente Lula, em Copenhagen, na Dinamarca, o prêmio anual Liderança Internacional, da Câmara de Comércio Internacional Gay e Lésbica, conferido à pessoas e entidades que apóiam a comunidade LGBT.
A escolha do presidente brasileiro para ser agraciado em 2009 foi unânime, e salientou-se o fato de Lula ter se pronunciado abertamente a favor dos direitos de todos os brasileiros, incluindo os integrantes da comunidade LGBT. Pascal Lépine, secretário-geral da Câmara de Comércio Internacional Gay e Lésbica, diz na carta em que comunica a concessão de prêmio ao presidente, que a “criação da 1ª Conferência Nacional LGBT Brasileira segue como exemplo de exemplo de sua liderança não somente na América Latina, mas globalmente.
Brasil Sem Homofobia - Na audiência na SDH, a subsecretária Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da SDH, Lena Peres, fez uma apresentação das políticas públicas do governo brasileiro para o seguimento LGBT. “No início as políticas são desenvolvidas na área da Saúde. Em 2002, pela primeira vez aparece em Direitos Humanos. Dois anos depois essa agenda é colocada com mais força com o projeto Brasil sem Homofobia e os centros de referência”, explica Lena. A subsecretária também falou sobre a Conferência Nacional LGBT, o Plano de Ação Pactuado por todos os ministérios e o trabalho desenvolvido para a implantação do Disque-LGBT, que deverá receber, encaminhar e monitorar denúncias de violações de direitos desse segmento da população.
O secretário-geral da IGLCC, Pascal Lépine, parabenizou o governo brasileiro pelas iniciativas para o segmento e falou sobre a realização promovida por sua entidade de um ranking das empresas mais amigáveis com a população LGBT. A última edição contou com a participação de 25 empresas em todo o mundo, que juntas movimentam aproximadamente R$ 6 trilhões anuais. A única representante latinoamericana foi a LAN. “Espero que as empresas brasileiras possam participar daqui pra frente”, convidou Lépine.
A coordenadora- geral de Promoção da Cidadania LGBT, Mitchelle Meira, destacou o avanço do Poder Judiciário e os atos do Executivo, como o decreto presidencial que institui o 17 de Maio como Dia Nacional de Combate à Homofobia.
O coordenador- geral do Conselho Contra a Discriminação, Jeter Souza, falou sobre o compromisso e as garantias das empresas públicas com a diversidade sexual. “Petrobrás, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil são bons exemplos”, avalia. Souza ainda ressaltou que em 2009 todos os bancos passaram a reconhecer os direitos LGBT, o que surpreendeu positivamente o secretário-geral da IGLCC. “Nunca vi isso em outro lugar do mundo. É muito bom porque de modo geral as empresas se espelham muito para os bancos para a formulação de políticas”, disse Lépine. Ele disse que a Câmara pretende instalar duas filiais nos próximos anos. “Uma na Europa e outra na América Latina. E eu adoraria que esta fosse no Brasil”, concluiu.
Fonte: Secretaria de Direitos Humanos
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