domingo, 29 de agosto de 2010

Revista Têtu - Discriminação salarial e homossexualidade

Foi enviada por Beto de Jesus a matéria traduzida da Revista Têtu:

Par Paul Parant jeudi 26 août 2010, à 11h21
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«Os homos são sempre menos iguais que os outros!» denuncia a federação das associações LGBTs de grandes empresas, que nota que os homos são antes de tudo discriminados na evolução de suas carreiras profissionais.

O assunto já fez correr muita tinta. Nós sabemos, segundo um estudo recentemente publicado pela Universidade de Evry (ler nosso artigo), que aos gays no trabalho caberia salários inferiores de 6,5% em relação aos seus colegas heteros (5,5% de menos no público). Quanto às lésbicas, a elas caberiam em média 2% a mais do que as outras mulheres, mas suas remunerações são ainda bem longe daquelas dos homens. O coletivo Homoboulot* se alarma com esses resultados, em um comunicado que ele acaba de publicar.

Homoboulot coloca antes de tudo um aspecto importante da pesquisa: mais ainda do que o salário, «é a carreira que é impactada pela discriminação aos homos, pois que o diferencial de salário aparece e se reforça além dos 45 anos, quando a revelação de sua homossexualidade não há mais como não fazer». Maneira de dizer que mais do que se opor ao aumento de um gay, as direções de empresas colocam logo um freio a sua promoção interna.

Telhado de vidro

«As lésbicas e os gays não estão ainda reivindicando um salário igual, mas reclamam sempre o respeito e a igualdade de tratamento», nota Philippe Chauliaguet, o porta-voz do Homoboulot. «Dois homos em três não podem responder francamente quando seus colegas lhes perguntam se eles são casados, e muitos não ousam declarar a assinatura de um pacs ao seus serviços de recursos humanos de medo que «isso se saiba». Entretanto, a vinda à luz de uma diferença de salário entre os gays e seus colegas heterossexuais - homens, não faz mais do que ilustrar o «telhado de vidro» que toca aos gays da mesma maneira que às mulheres, e isso nós o explicamos desde há muitos anos.

Enquanto uma pesquisa de Christophe Falcoz para a Halde (ler uma síntese em PDF) demonstrava desde 2008 a autocensura de 66% dos homossexuais no trabalho, «é uma constatação de fato muito demonstrativa para aqueles que aspiram a essa liberdade de poder viver abertamente» conclui Homoboulot, em se inquietando pelos assalariados que não ainda fizeram seus coming out. O coletivo reclama enfim «uma verdadeira implicação do Estado e dos atores profissionais na diversidade», e avança algumas soluções: favorecer as ações contra todas as discriminações e preconceitos, integrar a luta contra as «LGBTfobias» na formação dos assalariados e melhor comunicar sobre os benefícios da igualdade.

Foto: Fotolia/DR. * Homoboulot agrupa as associações LGBTs Algo (ministério dos Negócios estrangeiros e europeus), Comin-G (ministérios econômicos e financeiros), Gare! (SNCF), Homobus (RATP), Homosfère (SFR), Mobilsnoo (France Telecom-Orange). Encontre no número de setembro de TÊTU, um dossiê de TÊTU NEWS: Que fazer no trabalho: armário ou coming out?